Durante a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) promoveu o Seminário Internacional sobre Popularização da Ciência, que reuniu representantes de diversos países e instituições com o objetivo de compartilhar experiências, práticas e desafios relacionados à divulgação científica e ao fortalecimento da confiança da população na ciência.
A mesa de abertura ocorreu em 21 de outubro, das 10h às 11h30, e contou com a presença do secretário nacional do MCTI, Inácio Arruda, e da coordenadora de Popularização da Ciência, Juana Nunes. Ambos destacaram a importância da cooperação internacional e da ciência como instrumento de transformação social e desenvolvimento sustentável.
Na parte da tarde, foram realizadas duas mesas de debate. A primeira, das 14h às 16h, reuniu representantes da Alemanha, Estados Unidos, Noruega e Portugal. Participaram Nina von Sartori, conselheira científica da Embaixada da Alemanha no Brasil; Benedikt Fecher, pesquisador associado do HIIG (Alemanha); Elena Yakubovskaya, membro do Conselho Diretor do Sigma Camp e da Stony Brook University (EUA); Anneje Bull, ministra-conselheira da Embaixada Real da Noruega em Brasília; e Ana Noronha, diretora executiva do Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva (Portugal).
A segunda mesa, realizada das 16h às 18h, contou com representantes de Cuba, China, México, Argentina e Itália: María Luisa Zamora Rodríguez, diretora do Ministério da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba; Jiang Dehua, ministro-conselheiro em Ciência e Tecnologia da República Popular da China; Brenda Flores Pérez, diretora do Universum – Museu de Ciências da UNAM (México); Constanza Pedersoli, diretora do Mundo Nuevo (Argentina); e Massimo Bernardi, diretor do Muse – Museo delle Scienze di Trento (Itália).
Os debates abordaram temas como a confiança da população na ciência, a integração entre educação e divulgação científica e o papel dos museus e centros de ciência na formação cidadã. A Noruega foi citada como exemplo de país com alto índice de credibilidade nas instituições científicas, enquanto a Alemanha apresentou dados que mostram uma recuperação da confiança pública após a pandemia de COVID-19.
Entre as propostas apresentadas, destacaram-se a criação de um evento em memória das vítimas da COVID-19 e da cooperação científica internacional, o desenvolvimento de ações inspiradas no modelo português do Centro Ciência Viva, a adaptação do projeto Sigma Camp ao contexto brasileiro e o mapeamento dos museus de ciência no Brasil para fortalecimento da cooperação internacional.
Outras propostas incluíram o fortalecimento das parcerias entre Brasil e Argentina, a ampliação da participação das mulheres na ciência e a integração entre países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da América do Sul em um programa de mobilidade científica inspirado no modelo Erasmus europeu. Também foi ressaltada a importância de incluir as Ciências Sociais e Humanidades na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovendo o diálogo entre diferentes áreas do conhecimento.
O seminário reforçou a relevância da popularização da ciência como instrumento de cidadania e apontou caminhos para o fortalecimento da cooperação internacional. Entre as sugestões de encaminhamentos gerais, estão:
a) Criação de uma plataforma online conjunta para intercâmbio de conhecimento e boas práticas entre países participantes;
b) Descrição do ecossistema de popularização da ciência de cada país e elaboração de um inventário de legislações e boas práticas;
c) Criação de uma rede de pontos focais governamentais, acadêmicos, empresariais e da sociedade civil;
d) Designação de uma pessoa “Champion”, “Líder” ou “Embaixador” da popularização da ciência em cada país;
e) Organização de um workshop anual para apresentar resultados e planejar atividades futuras;
f) Implementação de programas de intercâmbio e capacitação mútua de profissionais;
g) Criação de um prêmio colaborativo para destacar atividades inovadoras na área.
O evento representou um espaço significativo de diálogo global sobre a popularização da ciência, reafirmando o compromisso do MCTI e de seus parceiros em ampliar o acesso ao conhecimento científico e promover a confiança pública na ciência como bem comum e instrumento de desenvolvimento humano e social.
 
															 
				 
				 
				 
				 
				