Atualmente, colaboram com a realização deste grande evento as universidades e instituições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnológico, centros e museus de C&T; entidades científicas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; parques ambientais, unidades de conservação, jardins botânicos e zoológicos; secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação; empresas públicas e privadas; meios de comunicação; órgãos governamentais; ONGs e outras entidades da sociedade civil.
Esse é o tema escolhido para a vigésima primeira edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em 2024, que ocorrerá entre os dias 14 e 20 de outubro em todo o país. Esta escolha reflete a urgência em reconhecer, valorizar e proteger a riqueza de biodiversidade encontrada nos diversos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, além do Sistema Costeiro-Marinho – e a riqueza de conhecimentos tradicionais das comunidades que neles habitam. O tema também destaca a importância do papel transformador das tecnologias sociais, desenvolvidas a partir desses saberes e voltadas para soluções sustentáveis e inclusivas, juntamente com a contribuição de projetos inovadores e de iniciativas que fazem parte do sistema de ciência, tecnologia e inovação, na busca por respostas eficazes aos desafios contemporâneos enfrentados nos biomas brasileiros.
Biomas são grandes comunidades ecológicas definidas pelo tipo de vegetação dominante e reconhecíveis em nível regional. Estes sistemas complexos são moldados por uma combinação de fatores climáticos, geográficos e hídricos, que não apenas influenciam sua formação paisagística mas também resultam em uma biodiversidade única de flora e fauna dentro de cada bioma.
Os biomas do Brasil destacam-se pela sua riqueza e diversidade, cada um abrigando uma vasta gama de espécies, muitas delas endêmicas. Eles desempenham papéis cruciais na regulação do clima, na conservação dos recursos hídricos e na sustentação da viabilidade de atividades agrícolas e extrativas.
A conservação dos biomas brasileiros é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU. Eles desempenham um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas (ODS 13), na conservação da vida terrestre (ODS 15) e da vida aquática (ODS 14), além de contribuir para a erradicação da fome (ODS 2) através da segurança alimentar e para promover saúde e bem-estar (ODS 3) pela manutenção de ecossistemas saudáveis.
Tecnologias sociais são inovações desenvolvidas e implementadas em comunidade e voltadas para a solução de problemas sociais, aliando saberes tradicionais, organização social e conhecimentos técnicos e científicos de maneira inclusiva, construtivista e participativa.
Elas se distinguem por serem criadas a partir da interação direta com as necessidades e realidades locais, buscando promover a transformação social, a sustentabilidade e o empoderamento das comunidades envolvidas. Essas tecnologias não se limitam apenas a produtos ou equipamentos, mas englobam técnicas, métodos, processos, ou mesmo práticas organizacionais que possam ser replicadas em diferentes contextos sociais e ambientais. Através da aplicação das tecnologias sociais, é possível encontrar soluções efetivas para desafios como acesso à água potável, segurança alimentar, educação, saúde, habitação, trabalho e renda, cultura, igualdade de raça e de gênero, energia e meio ambiente entre outros.
As tecnologias sociais devem ser efetivas e reaplicáveis, e promover a inclusão social, autonomia e o bem-estar coletivo das populações atendidas, sendo um importante instrumento para consecução dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.
Saberes tradicionais referem-se ao conjunto de conhecimentos, práticas, habilidades e crenças desenvolvidos ao longo de gerações pelos povos originários, comunidades indígenas, afrodescendentes, ribeirinhos, rurais, entre outros. Esses conhecimentos estão intrinsecamente ligados à história, cultura, identidade e modos de vida dessas comunidades, sendo transmitidos oralmente de geração para geração ou através da observação e prática direta. Eles abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo agricultura, medicina, gestão de recursos naturais, arquitetura e estratégias de sobrevivência adaptadas ao bioma no qual vivem. Os saberes tradicionais contribuem para a manutenção da biodiversidade e a sustentabilidade ambiental, e também oferecem soluções inovadoras para desafios contemporâneos, enriquecendo o corpo global de conhecimento científico e tecnológico. Reconhecer e valorizar esses saberes é essencial para a proteção dos direitos culturais e intelectuais das comunidades tradicionais, bem como para a promoção do desenvolvimento sustentável.
A riqueza dos biomas brasileiros e a profundidade dos saberes tradicionais constituem uma fonte inestimável de conhecimento e inovação, cujo potencial ainda está longe de ser plenamente reconhecido e valorizado. As tecnologias sociais, surgidas a partir desses saberes e da necessidade de soluções sustentáveis, exemplificam como a integração entre o conhecimento ancestral e a ciência moderna pode levar a avanços significativos para a sociedade. Contudo, para que esses benefícios se concretizem em sua plenitude, é imprescindível um maior reconhecimento e apoio por parte de líderes políticos, econômicos, sociais e da população em geral. Neste contexto, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2024 surge como uma oportunidade única para iluminar e celebrar os “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, promovendo um diálogo ampliado sobre a importância desses elementos para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do país. Este evento convida a todos para uma reflexão profunda sobre como, ao valorizar e proteger nossos biomas e saberes tradicionais, estamos pavimentando o caminho para um futuro mais resiliente, justo e harmonioso com a natureza.
Exploração da riqueza e diversidade de espécies nos diferentes biomas do Brasil e sua importância para o equilíbrio ecológico e sustentabilidade ambiental.
Discussão sobre como os conhecimentos ancestrais das comunidades tradicionais contribuem para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
Exemplos práticos de tecnologias sociais que surgiram a partir dos saberes tradicionais e como elas estão solucionando problemas sociais, ambientais e econômicos.
Análise dos efeitos das mudanças climáticas nos diversos biomas do Brasil e as ações necessárias para mitigar esses impactos.
Como os biomas brasileiros e os conhecimentos tradicionais podem contribuir para alcançar os ODS da ONU.
Importância de reconhecer, valorizar e proteger os saberes tradicionais como patrimônio cultural e fonte de inovação para o desenvolvimento sustentável.
Iniciativas e projetos de educação ambiental voltados para a conscientização sobre a importância dos biomas brasileiros e a promoção de uma cultura de sustentabilidade.
Discussão sobre os principais desafios enfrentados para a conservação dos biomas brasileiros e as oportunidades para a promoção de um desenvolvimento sustentável.
Contribuição das instituições acadêmicas e de pesquisa para a conservação dos biomas brasileiros e a integração dos saberes tradicionais com a ciência moderna.
A coordenação nacional da SNCT é de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social. Em cada estado, existem parceiros locais que podem orientar como participar da SNCT. A realização da SNCT conta com a participação ativa de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa, e de entidades ligadas à ciência, tecnologia e inovação de cada região. Muitos estados e municípios já criaram suas semanas estaduais ou municipais de C&T, articuladas com a SNCT nacional.
No site do MCTI (https://www.gov.br/mcti/pt-br)
Publicação Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil
(https://www.ibge.gov.br/apps/biomas/pdf/Lim08_BiomSist.pdf)
Revista Ciência e Cultura, 4a edição de 2023, sobre Biomas Brasileiros
(https://revistacienciaecultura.org.br/?page_id=5324)
Obra Povos tradicionais e biodiversidade no Brasil – Contribuições dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais para a biodiversidade, políticas e ameaças
(http://portal.sbpcnet.org.br/publicacoes/povos-tradicionais-e-biodiversidade-no-brasil/)
Site IBGE Educa com artigo sobre biomas brasileiros
(https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/territorio/18307-biomas-brasileiros.html)
Site do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG
(https://www.saberestradicionais.org/)
DIEGUES, A. C. S.; ARRUDA, P. S. V. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília; MMA. 2001. 176 p
Revista Biomas e Agro da ABC
(https://www.abc.org.br/wp-content/uploads/2022/02/Revista-Biomas-e-Agro-ABC-2022.pdf)