Conheça a biodiversidade e a importância do bioma Pampa, presente no Rio Grande do Sul
O Brasil, conhecido mundialmente por sua biodiversidade, abriga diferentes biomas, cada um com características únicas e relevantes para a preservação ambiental. Entre eles está o Pampa, uma formação natural que ocupa exclusivamente o estado do Rio Grande do Sul no território brasileiro, correspondendo a 2,07% da área total do país. O bioma Pampa ganha destaque na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada este ano com o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.
A Singularidade do Pampa
O Pampa é um ecossistema de particularidades, composto por uma vegetação predominantemente rasteira, com gramíneas, algumas herbáceas e árvores esparsas. Este bioma abriga aproximadamente 3 mil espécies de plantas, incluindo diversas gramíneas, cactos e leguminosas. A fauna é igualmente rica, com cerca de 102 espécies de mamíferos, 476 espécies de aves e uma grande diversidade de répteis e anfíbios. O solo fértil e o clima temperado, com médias anuais entre 13 °C e 17 °C, contribuem para a riqueza ambiental da região.
Exposições sobre o Pampa na 21ª SNCT
Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o Pampa é representado em exposições da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A Unipampa traz ao público a exposição “Astrofísica dos Corpos Negros”, relacionando o céu do Pampa com os estudos astrofísicos.
A pesquisadora Eliade Lima destaca que o Pampa, com pouca altitude e localização estratégica, proporciona uma visão privilegiada de fenômenos astronômicos como eclipses, chuvas de meteoros e constelações específicas, o que é um diferencial para os observadores da região. “Falamos da preservação do bioma Pampa dentro da biologia no curso Ciências da Natureza, por meio de projetos de extensão. Quando se fala de astrofísica, dentro do bioma temos algumas características peculiares devido à pouca altitude. Na região de Uruguaiana, por exemplo, o sol se põe às 21h no verão, os eclipses conseguimos ver melhor, assim como, a observação de cometas e a chuva de meteoros, além da forma como as constelações caminham. Um céu diferente que é o nosso céu do Pampa”.
Já o estande da Embrapa apresenta as riquezas vegetais do bioma, incluindo o Butiá, uma fruta nativa da região, conhecida por sua versatilidade na culinária. Em 2022, a Embrapa lançou o livro “Butiá para todos os gostos”, com 140 receitas à base dessa fruta, que é amplamente utilizada em pratos típicos gaúchos.
Ameaças e a Importância da Preservação
Apesar da beleza e riqueza biológica, o Pampa enfrenta ameaças crescentes, incluindo a desertificação, que preocupa pesquisadores e ambientalistas. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, enfatiza a importância de ações de preservação: “O Pampa é um bioma único e pouco conhecido, mas que corre risco de desertificação. O Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente, trabalha para frear esse processo, e a ciência e a tecnologia são essenciais nessa luta pela preservação”.
Conheça Mais Sobre o Pampa
• Vegetação: Composta majoritariamente por gramíneas, o Pampa possui uma flora variada com cerca de 3 mil espécies.
• Fauna: A região abriga 102 espécies de mamíferos, 476 de aves e uma variedade de répteis e anfíbios.
• Clima: Temperado, com temperaturas entre 13 °C e 17 °C ao longo do ano.
• Solo: Predominantemente arenoso, mas fértil, capaz de sustentar a biodiversidade local.
• Relevo: Caracterizado por planícies e ondulações leves a moderadas.A palavra “pampa” vem da língua indígena quechua e significa “plano” ou “planície”, descrevendo as características geográficas marcantes do bioma.
A preservação do bioma Pampa é essencial para manter viva sua biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável da região sul do Brasil. O bioma um verdadeiro patrimônio, que conecta o país a uma parte fundamental de sua história e cultura natural.
Créditos das fotos: Gilearde Gomes (Ascom/MCTI)
Fonte: Ascom/MCTI
