Fique por dentro

“Não importa se alguém não gostar da minha pele”, menino de 5 anos fala de consciência negra e do sonho de ser cientista

Menino negro de 5 anos com cabelo crespo e vestindo uma bata branca olhando pra foto. Atrás dele uma parede amadeirada.

“Não importa se alguém não gostar da minha pele”, menino de 5 anos fala de consciência negra e do sonho de ser cientista

Neste mês onde é celebrado o Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, homenageado em 20 de novembro, a história do pequeno Vinicius Silva Bicalho Teixeira, de 5 anos, morador do Riacho Fundo, no Distrito Federal, destaca a importância da valorização da identidade desde a infância.

Com palavras firmes e inspiradoras para sua idade, Vinicius transmite uma lição poderosa sobre autoestima e sonhos: “Não importa se alguém quer que eu seja outra coisa, se alguém não quer que eu realize meu sonho, se alguém não gostar da minha pele, se alguém não gostar dos meus cachos”.

Vinicius já entende que sua cor e seu cabelo são parte de quem ele é e que nenhum preconceito pode definir seu valor ou limitar suas ambições. “Eu tenho que seguir o meu sonho, o que eu quero ser”, completa ele, com o brilho nos olhos de quem sonha em ser cientista.

A mãe de Vinicius, Inaê Silva, conta que a família busca ensinar a ele, desde cedo, o orgulho de ser negro e a importância de enfrentar os desafios com resiliência. “Ele sempre foi muito curioso e determinado. Queremos que ele cresça sabendo que pode ser o que quiser, sem deixar que a opinião dos outros o desanime”, explica.

O Dia da Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência Negra homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil. A data é um momento para refletir sobre o impacto histórico e social do racismo e para celebrar a cultura e a identidade negra.

Segundo educadores, fomentar a consciência negra desde a infância é essencial para o desenvolvimento da autoestima e para a construção de uma sociedade mais igualitária. A psicóloga e especialista em educação infantil Marisa Almeida afirma que histórias como a de Vinicius têm o poder de inspirar outras crianças. “Ele mostra que é possível ter orgulho da própria identidade e acreditar nos próprios sonhos, mesmo diante de preconceitos.”

Inspirando o futuro

Ao ser questionado sobre por que quer ser cientista, Vinicius responde com a simplicidade e a determinação típicas da infância: “Quero fazer coisas novas para ajudar o mundo. Cientista faz coisas legais, descobre coisas que ninguém sabia”.

O exemplo de Vinicius é um lembrete de que as sementes do futuro se plantam no presente, com educação, amor e valorização da diversidade. Enquanto ele segue firme em seu caminho, sua história ecoa como um símbolo de resistência e esperança, não apenas para o Dia da Consciência Negra, mas para lembrar do quão fundamental popularizar a presença de crianças e jovens negros na ciência. O que significa enfrentar o legado de exclusão e criar oportunidades para que novos talentos possam emergir.

A representatividade é um fator essencial nesse processo. Quando jovens negros se veem em posições de destaque na ciência, eles se inspiram a acreditar que também podem ocupar esses espaços, rompendo ciclos de desigualdade e estimulando o acesso ao conhecimento e à inovação. Mais crianças e jovens negros na ciência significam não apenas mais equidade, mas também uma ciência mais rica, inclusiva e preparada para enfrentar os desafios do futuro.

Veja também