A bioeconomia, que envolve o uso sustentável dos recursos naturais, é uma prioridade das políticas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e a SNCT enfatiza como o bioma pode transformar realidades. Um dos destaques é a palmeira do licuri (Syagrus coronata), cujos produtos têm sido estudados para fins industriais e farmacêuticos. Em um seminário realizado nesta quarta-feira (6), a professora Márcia Vanusa, da Universidade Federal de Pernambuco e integrante da Rede Pindorama, destacou o óleo do licuri, que possui propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias devido ao ácido láurico, amplamente utilizado na indústria.
Além do óleo, o resíduo do licuri também se mostra valioso. Com alto teor de proteínas e fibras, ele é uma promessa na produção de alimentos e pode ser uma alternativa de renda para cooperativas formadas por comunidades da Caatinga em situação de vulnerabilidade. “O licuri tem componentes inéditos, e a indústria global desconhece o potencial dessa planta que temos no Nordeste do Brasil”, ressaltou Vanusa.
Valorização da Biodiversidade da Caatinga
No pavilhão da SNCT, o estande do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), uma unidade de pesquisa do MCTI, traz informações sobre o bioma e promove um jogo interativo para que o público explore o valor e a biodiversidade da Caatinga. Inesca Pereira, diretora-substituta do INSA, reforça a importância da bioeconomia para a região e elogia a escolha do tema da SNCT. “Precisamos transferir tecnologia e inovação para as comunidades desses biomas que mais necessitam”, disse.
Jayuri Araújo, pesquisadora de projetos do INSA, acrescenta que o instituto trabalha em iniciativas ligadas à bioeconomia, como o uso de matérias-primas da Caatinga para corantes na indústria têxtil e o apoio a cooperativas de produtos como leite e cachaça. “Esses projetos mostram o quanto o bioma é versátil e essencial para a economia local e para a geração de renda”, afirmou.
O objetivo é aproximar a população dos avanços científicos e promover um olhar mais atento às riquezas naturais que o Brasil possui.
Fonte: Ascom/MCTI
